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O que fazer com tudo que aprendi sobre você?

  • Débora Ferreira de Araújo
  • 18 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura

Eu estava acostumada com as tuas risadas e teu jeito escandaloso de falar ao celular. Estava acostumada com seu gosto horrível para filmes e sua pontualidade irritante- venhamos que a minha falta de pontualidade também não era nada legal- estava acostumada com teu mau humor pós derrota no futebol e com tua mania de encenar todos os lances, como se eu entendesse alguma coisa-- espera, gol de quê?


Já não era novidade que domingo tinha futebol com a turma e que quarta era dia de assistir campeonato, não importasse qual, só sei que pra mim eles nunca tinham fim. Conheci as tuas manias mais bizarras e teus medos mais estranhos, calma, serão sempre segredos, talvez a troco de uma boa quantia ( brincadeira ).


Me acostumei a temperar feijão sem cebola e aprendi a fazer macarrão sem molho, aprendi que algumas pessoas comem, pasmem, melancia com sal e arroz dentro do miojo. Conheci o teu lado mais impaciente, e que lado, e talvez tenha visto o mais carinhoso, nunca se sabe.


Eu conheci muito sobre você, sobre teus posicionamentos e opiniões, sobre teus sonhos e objetivos. Da mesma forma você me conheceu, bem, espero que tenha conseguido. Como todo fim traz incertezas, eu me perguntei o que fazer com todas essas informações. Já não adiantava muito saber que você não come gelatina ou pudim, já não adiantava escolher os perfumes mais fortes na esperança de você sentir, o que fazer com tanto conhecimento sobre alguém?


Estive pairando certo tempo sobre essas incertezas e refletindo o que se faz com o final, o que se faz com o que já foi vivido e não é mais, o que se faz com as descobertas. Será que eu posso pelo menos conseguir um diploma de especialização em você? É piegas, sim, e clichê também, mas meus pensamentos funcionam assim e de repente surgem milhões de possibilidades, milhões de ideias do que escrever.


Bom, certa de que não vou conseguir mesmo um certificado-- os relacionamentos não estão fáceis-- pensei sobre quantas coisas aprendi e o quanto de bom pude tirar disso tudo. Já não guardo fotos nem aqueles ursinhos de pelúcia, mesmo assim, tenho a certeza de guardar o mais importante, a experiência.


Tive a oportunidade de dividir a vida com outro alguém, aprendi a ceder, a me adaptar e descobri o verdadeiro significado de paciência-- ainda espero que não seja pecado espancar alguém mentalmente. Eu vivi uma vida que não era a minha e pude enxergar um pouco com os olhos de outro alguém, trilhar um pedaço dos teus caminhos e entender o porquê de algumas das tuas muitas opiniões.



 
 
 

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